A injeção intravítrea é um procedimento oftalmológico em que a medicação é aplicada diretamente dentro do olho, no espaço vítreo, que é a cavidade localizada na parte posterior do olho que está diretamente em contato com a retina.
A principal vantagem dessa aplicação é que por meio dela o medicamento chega diretamente na cavidade intraocular, nas proximidades da lesão da retina, atuando com maior eficácia na área comprometida.
Os Antiangiogênicos, como o Lucentis (ranibizumabe) e Eylia (aflibercepte), também conhecidos como anti-VEGF, são bloqueadores do fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) e são medicações utilizadas via injeção intraocular para o tratamento de Degeneração Macular Relacionada à idade (DMRI), Oclusões Venosas e Retinopatia Diabética.
COMO É FEITA APLICAÇÃO?
É um procedimento realizado em ambiente cirúrgico, com anestesia local (colírios) e o paciente vai para a casa no mesmo dia, sem a necessidade de internação.
– Rápida recuperação e pouco incômoda;
– É rara a ocorrência de complicações;
– É um procedimento seguro com resultados eficazes, podendo ser realizada diversas vezes em um mesmo paciente, sem consequências negativas.
QUAIS SÃO AS DOENÇAS QUE PODEM SER TRATADAS COM ANTI-VEGF?
As mais comuns e com maior importância terapêutica são:
RETINOPATIA DIABÉTICA
Trata-se de uma complicação do diabetes. Se a Retinopatia Diabética não for devidamente tratada, a concentração muito alta de glicose no sangue pode alterar a permeabilidade dos vasos sanguíneos da retina. Caso eles se rompam, o sangue e o fluído podem dificultar a visão, levando até a cegueira.
Os sintomas mais comuns de Retinopatia Diabética são: visão turva, distorcida, com manchas e a perda progressiva da acuidade visual ou mesmo o descolamento da retina. Eles só aparecem no estágio mais avançado da doença, podendo o paciente viver muito tempo sem saber da existência do problema.
Por isso, é fundamental que a pessoa com diabetes procure um oftalmologista regularmente. A doença não tem cura, mas pode ser retardada ou ter os sintomas reduzidos com o uso do laser, a vitrectomia e as aplicações intravítreas.
DEGENERAÇÃO MACULAR EELACIONADA À IDADE
É uma doença que causa lesão e desgaste de uma pequena área da retina, chamada mácula, responsável pela visão de detalhes. Nesta doença são formados neovasos abaixo da retina, causando embaçamento visual e a percepção de manchas escuras no centro da visão.
A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) afeta cerca de 3 milhões de pessoas só no Brasil, sendo bastante comum em indivíduos com idade superior a 55 anos. Ela pode evoluir aos poucos, com o paciente convivendo com o problema por anos sem ter conhecimento e buscar tratamento.
OCLUSÃO DE VEIA DA RETINA
Ao se formar um coágulo/trombo, uma veia da retina pode se romper, provocando hemorragia ou a formação de edema. Não se sabe exatamente por que isso acontece, mas alguns fatores, como idade, hipertensão, colesterol alto, diabetes e glaucoma representam.
Antes da oclusão, a veia afetada não apresenta nenhum sintoma. Quando ela acontece, a visão tende a ficar embaçada, com a formação de uma mancha escurecida. Em geral, é um quadro dramático, com uma possível perda súbita de visão.
Se não for tratada, a oclusão de veia da retina tende a evoluir para uma isquemia, glaucoma (neovascular) e até descolamento da retina. Por isso que é tão importante fazer exames de rotina e tratar os fatores de risco.